quarta-feira, 28 de julho de 2010





"Toda despedida é dor... tão doce todavia, que eu te diria boa noite até que amanhecesse o dia." (William Shakespeare)

Psicopatas moram ao lado


O termo “psicopata” caiu na boca do povo, embora na maioria das vezes seja usado de forma equivocada. Na verdade, poucos transtornos são tão incompreendidos quanto a personalidade psicopática. Descrita pela primeira vez em 1941 pelo psiquiatra americano Hervey M. Cleckley, do Medical College da Geórgia, a psicopatia consiste num conjunto de comportamentos e traços de personalidade específicos. Encantadoras à primeira vista, essas pessoas geralmente causam boa impressão e são tidas como “normais” pelos que as conhecem superficialmente. No entanto, costumam ser egocêntricas, desonestas e indignas de confiança. Com freqüência adotam comportamentos irresponsáveis sem razão aparente, exceto pelo fato de se divertirem com o sofrimento alheio. Os psicopatas não sentem culpa. Nos relacionamentos amorosos são insensíveis e detestam compromisso. Sempre têm desculpas para seus descuidos, em geral culpando outras pessoas. Raramente aprendem com seus erros ou conseguem frear impulsos. Não é de surpreender, portanto, que haja um grande número de psicopatas nas prisões. Estudos indicam que cerca de 25% dos prisioneiros americanos se enquadram nos critérios diagnósticos para psicopatia. No entanto, as pesquisas sugerem também que uma quantidade considerável dessas pessoas está livre. Alguns pesquisadores acreditam que muitos sejam bem-sucedidos profissionalmente e ocupem posições de destaque na política, nos negócios ou nas artes. Especialistas garantem que a maioria dos psicopatas é homem, mas os motivos para esta desproporção entre os sexos são desconhecidos. A freqüência na população é aparentemente a mesma no Ocidente e no Oriente, inclusive em culturas menos expostas às mídias modernas. Em um estudo de 1976 a antropóloga americana Jane M. Murphy, na época na Universidade Harvard, analisou um grupo indígena, conhecido como inuíte, que vive no norte do Canadá, próximo ao estreito de Bering. Falantes do yupik, eles usam o termo kunlangeta para descrever “um homem que mente de forma contumaz, trapaceia e rouba coisas e (...) se aproveita sexualmente de muitas mulheres; alguém que não se presta a reprimendas e é sempre trazido aos anciãos para ser punido”. Quando Murphy perguntou a um inuit o que o grupo normalmente faria com um kunlangeta, ele respondeu: “Alguém o empurraria para a morte quando ninguém estivesse olhando”. O instrumento mais usado entre os especialistas para diagnosticar a psicopatia é o teste Psychopathy checklist-revised (PCL-R), desenvolvido pelo psicólogo canadense Robert D. Hare, da Universidade da Colúmbia Britânica. O método inclui uma entrevista padronizada com os pacientes e o levantamento do seu histórico pessoal, inclusive dos antecedentes criminais. O PCL-R revela três grandes grupos de características que geralmente aparecem sobrepostas, mas podem ser analisadas separadamente: deficiências de caráter (como sentimento de superioridade e megalomania), ausência de culpa ou empatia e comportamentos impulsivos ou criminosos (incluindo promiscuidade sexual e prática de furtos). Apesar das pesquisas realizadas nas últimas décadas, três grandes equívocos sobre o conceito de psicopatia persistem entre os leigos. O primeiro é a crença de que todos os psicopatas são violentos. Estudos coordenados por diversos pesquisadores, entre eles o psicólogo americano Randall T. Salekin, da Universidade do Alabama, indicam que, de fato, é comum que essas pessoas recorram à violência física e sexual. Além disso, alguns serial killers já acompanhados manifestavam muitos traços psicopáticos, como a capacidade de encantar o interlocutor desprevenido e a total ausência de culpa e empatia. No entanto, a maioria dos psicopatas não é violenta e grande parte das pessoas violentas não é psicopata. Dias depois do incidente da Universidade Virginia Tech, em 16 de abril de 2007, em que o estudante Seung-Hui Cho cometeu vários assassinatos e depois se suicidou, muitos jornalistas descreveram o assassino como “psicopata”. O rapaz, porém, exibia poucos traços de psicopatia. Quem o conheceu descreveu o jovem como extremamente tímido e retraído. Infelizmente, a quarta edição do Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-IV-TR) reforça ainda mais a confusão entre psicopatia e violência. Nele o transtorno de personalidade anti-social (TPAS), caracterizado por longo histórico de comportamento criminoso e muitas vezes agressivo, é considerado sinônimo de psicopatia. Porém, comprovadamente há poucas coincidências entre as duas condições. O segundo mito diz que todos os psicopatas sofrem de psicose. Ao contrário dos casos de pessoas com transtornos psicóticos, em que é freqüente a perda de contato com a realidade, os psicopatas são quase sempre muito racionais. Eles sabem muito bem que suas ações imprudentes ou ilegais são condenáveis pela sociedade, mas desconsideram tal fato com uma indiferença assustadora. Além disso, os psicóticos raramente são psicopatas. O terceiro equívoco em relação ao conceito de psicopatia está na suposição de que é um problema sem tratamento. No seriado Família Soprano, dra. Melfi, a psiquiatra que acompanha o mafioso Tony Soprano, encerra o tratamento psicoterápico porque um colega a convence de que o paciente era um psicopata clássico e, portanto, intratável. Diversos comportamentos de Tony, entretanto, como a lealdade à família e o apego emocional a um grupo de patos que ocuparam a sua piscina, tornam a decisão da terapeuta injustificável. Embora os psicopatas raramente se sintam motivados para buscar tratamento, uma pesquisa feita pela psicóloga Jennifer Skeem, da Universidade da Califórnia em Irvine, sugere que essas pessoas podem se beneficiar da psicoterapia como qualquer outra. Mesmo que seja muito difícil mudar comportamentos psicopatas, a terapia pode ajudar a pessoa a respeitar regras sociais e prevenir atos criminosos.

Autores: Scott O. Lilienfeld e Hal Arkowitz são professores de psicologia; o primeiro, da Universidade Emory, e o segundo, da Universidade do Arizona.

PARA CONHECER MAIS Without conscience – The disturbing world of the psychopaths among us. Robert D. Hare. Guilford Press, 1999. Handbook of psychopathy. Christopher J. Patrick (ed.), Guilford Press, 2007. Scott O. Lilienfeld e Hal Arkowitz são professores de psicologia; o primeiro, da Universidade Emory, e o segundo, da Universidade do Arizona.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Mais uma de Martha

..."Todo ser humano necessita despertar desejo. Quando as pessoas nos olham e não nos diferenciam de uma cadeira, a coisa vai mal. Isso acontece muito naquela instituição, como é mesmo o nome? Casamento. Os dois seguem se amando, mas já estão há tanto tempo juntos que não faz mais diferença se a mulher embarangou ou se o marido perdeu os dois dentes da frente: "amo você de qualquer jeito, bem". Ama, sem dúvida. Mas não nos enxerga mais. É aí que mora o perigo. Homens e mulheres precisam de um espelho que lhes diga constantemente o quanto são interessantes e atraentes. Se o espelho rachou em casa e não reflete mais nada, das duas uma: ou a gente se entrega ao desleixo, ou vai buscar reflexos de si mesmo em outro alguém..."
(Martha Medeiros)

segunda-feira, 26 de julho de 2010



A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que
vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
(A banda - Chico Buarque)

Depressão e o mundo cinza



Para pessoas com depressão, o mundo realmente parece nublado. Isso porque elas mostram uma deficiência em perceber contraste em imagens.
Emanuel Bubl, da Universidade de Freiburg, e colegas colocaram um eletrodo em um dos olhos de 40 pessoas com depressão e 40 pessoas sem a doença. Os eletrodos mediram a atividade nos nervos que conectam fotorreceptores (que detectam aspectos diferentes da luz) ao nervo óptico, mas não ao cérebro. Os participantes permaneceram sentados em um quarto escurecido enquanto olhavam para uma tela que mostrava um padrão xadrez em preto e branco. O padrão ficava cada vez mais cinza em seis estágios distintos, reduzindo o contraste entre os quadrados pretos e os quadrados brancos. Cada estágio foi apresentado por dez segundos, e o experimento foi repetido por uma hora. Em pessoas com depressão, os sinais elétricos para o nervo óptico eram menores. Quando esses participantes viam a tela no primeiro estágio (quadrados preto e branco), sua atividade elétrica era um terço da atividade em participantes saudáveis. E quanto maior o grau de depressão, pior a detecção de contraste. O principal autor do estudo, publicado na revista "Biological Psychiatry", acredita que uma técnica parecida poderia ser usada para auxiliar no diagnóstico de depressão clínica. Para Mathew Martin-Iverson, da Universidade da Austrália Ocidental, em Perth, Austrália, uma possível explicação está no fato que neurotransmissores que regulam a atividade nervosa na visão poderiam também estar envolvidos no processamento de emoções.

Con informações do site Folha - UOL

Mãe!!!! Você não é incompetente, é MÃE!!!!

Buscando imagens para colar num post, entrei num site muito interessante. Cinco mães "blogueiras" resolveram se unir e elaborar um manifesto pela valorização da maternidade.
De uma forma bem desculpabilizante elas tentam enquadrar a mãe moderna em um ser HUMANO!!!!!
O grupo cria foi idealizado para aquelas mães que fazem tudo, mas sempre tem a sensação que não foi suficiente. Que sempre se culpa. Que não entende porque compra o aromatizante e o inseticida da propaganda, mas mesmo assim a casa não exala perfume, limpeza e a muriçoca pica seu filho a noite. Que sabe das múltiplas jornadas de trabalho e que se segura para não chegar ao máximo da exaustão física e emocional. Se você ainda não teve a oportunidade de conhecer esse trabalho, conheça, e se idenficar-se, assine o manifesto.
Porque somos apenas mães que queremos o melhor para nossos filhos, não somos incompetentes...






Visite o site: http://www.grupocria.com.br/

Postado por Ana Katarina Gurgel

domingo, 25 de julho de 2010

Shrek em crise...




O ogro mais querido da garotada está em crise!!!!



Muito legal o novo filme do Shrek . A versão em 3D se torna ainda mais divertida ver que as trapalhadas desse ogro deixa o amor que ele sente por Fiona e os filhos ser ameaçado pela rotina. Desta vez Shrek está cansado de trocar as fraldas dos trigêmeos, não poder mais tomar seu banho de lama, nem seu drink preferido sem ser interrompido por uma afazer doméstico da Fiona. Seu maior desejo é voltar no tempo em que não se preocupava com nada, a não ser com sua vontade de assustar os outros. É aí que surge o terrível Rumpelstiltskin, no seguimento da frustração que sente com a rotina familiar, Shrek acaba por assinar um contrato mágico com Rumpelstiltskin que o coloca numa versão completamente alterada do mundo onde vivia. Nenhum dos amigos de Shrek, nem mesmo Fiona, com quem era casado até então, se recorda do ogro verde, que embarca assim numa aventura na esperança de recuperar a vida que tinha. E assim concretizar um final de conto de fadas, ou seja, "felizes para sempre".

Bem, é um filme infantil, que permeia o imaginário dos contos de fadas e sempre deixa uma bela lição no final, mas garanto que é um belo filme para toda família, principalmente para aqueles que estão cansados da rotina familiar e acha que nada tem de interessante perder uma tarde no cinema assistindo Shrek.

Postado por Ana Katarina Gurgel

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Homosexualismo e filhos feito de amor





Mães lésbicas: filhos felizes e saudáveis





Ter pais homossexuais não prejudica o desenvolvimento das crianças. Pelo contrário, uma pesquisa norte-americana revela que os filhos de lésbicas podem até se desenvolver melhor que os de casais heterossexuais. Ao todo, 84 famílias americanas, compostas por casais de lésbicas, foram acompanhadas por mais de 17 anos. Todas as mulheres concordaram em responder questionários que seriam enviados periodicamente pelos pesquisadores. As questões abordavam o desempenho escolar e as habilidades sociais das crianças. Ao longo dos anos, os cientistas constataram que elas tinham mais confiança, autoestima, melhor desempenho escolar e eram menos agressivas do que algumas crianças filhos de heterossexuais. As crianças, assim como as mães, também responderam aos questionários. Foram duas etapas, a primeira aos 10 anos de idade e outra aos 17. As perguntas eram relacionadas à vida social, comportamento, sentimentos, ansiedade e depressão. Com isso, os pesquisadores descobriram que 41% das crianças já tinham sofrido discriminação e enfrentado provocações por serem criadas por pais do mesmo sexo. “Os possíveis problemas a serem encontrados por filhos de pais homossexuais têm a ver com a ignorância e o preconceito social”, afirma o psicólogo Klecius Borges. Aos 10 anos elas apresentavam mais sinais de estresse psicológico do que os filhos de heterossexuais. Mas aos 17 os sentimentos ruins já não faziam mais parte da vida dos adolescentes. A participação ativa das mães homossexuais é apontada pelos pesquisadores como uma possível causa para o melhor desempenho das crianças. Eles afirmam que lésbicas estimulam seus filhos a lidar com o preconceito e a diversidade. Além de abordar com mais naturalidade temas como sexualidade e tolerância. “Essas mães devem educar seus filhos a partir de uma visão positiva e afirmativa sobre os diferentes modelos familiares e prepará-los para lidar com o preconceito”, diz Borges. Essa é a primeira pesquisa realizada exclusivamente com casais de lésbicas que constituíram uma família por meio da inseminação artificial. Até então, os estudos nesse sentido eram feitos com crianças criadas por casais gays, mas geradas em diferentes circunstâncias: relações heterossexuais, adoção e também inseminação. Esses estudos anteriores não apontavam diferenças significativas entre os filhos de heterossexuais e homossexuais.

Fonte: blog crescer

sábado, 17 de julho de 2010

Mulher, teu nome é desejo


A falta de desejo sexual afeta 70% das pacientes atendidas na ginecologia do HC. Não existe medicamento que, comprovadamente, aumente a libido feminina; antidepressivo pode aumentar sintomas








A maioria das mulheres que sofre de falta de desejo sexual e recorre medicamentos para tentar recuperar a libido não tem nenhum problema físico que justifique o problema. A dificuldade está atrelada a questões psíquicas. “Em 90% dos casos a questão psicológica e não orgânica; drogas como antidepressivos podem até inibir o desejo sexual”, afirma a ginecologista Elsa Gay, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), ligado à Secretaria de Estado da Saúde. Ela observa, porém, que não existe nenhuma medicação para aumentar a libido feminina que tenha eficácia comprovada. “No setor de Ginecologia do HC, 70% das mulheres atendidas no ambulatório alegam ter perdido a libido e quando o sexo deixa de proporcionar prazer, é sinal de que algo está errado. A correria, o estresse do trabalho e a preocupação com os filhos e com a casa são grandes vilões da sexualidade. Quando há crises no relacionamento, a mulher se fecha para a vida sexual”, afirma. Ter um bom conhecimento do próprio corpo também é essencial para uma vida sexual satisfatória. Segundo a médica, a maior incidência de mulheres que sofrem com a falta de desejo sexual está entre as que já passaram pela menopausa, mas o problema pode atingir a mulher em qualquer idade. Nesses casos, o acompanhamento psicoterápico é fundamental para a descoberta (ou o reencontro) da autoestima e da própria capacidade de sentir prazer.


Fonte Blog cérebro e mente

sexta-feira, 16 de julho de 2010

CRIAR LAÇOS

E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho que se voltou mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira…
- Quem és tu? perguntou o principezinho.
Tu és bem bonita.
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o princípe, estou tão triste…
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa.
Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- O que quer dizer cativar ?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro amigos, disse. Que quer dizer cativar?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa.
Significa
criar laços…
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos.

E eu não tenho necessidade de ti.
E tu não tens necessidade de mim.

Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo… Mas a raposa voltou a sua idéia:
- Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música.

E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo…
A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:
- Por favor, cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principe,
mas eu não tenho tempo
. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me!
Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa.
Mas tu não a deves esquecer.
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas

O pequeno príncipe - Antoine Saint-Exupery

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Mulheres


"Visto-me para ocasiões, para personagens. Há mulheres em meu armário, penduradas em meus cabides, uma mulher diferente para cada terninho, cada vestido, cada par de sapatos.
Acumulo roupas. Minha maquiagem transborda das gavetas do banheiro, e há mulheres diferentes para batons diferentes."

Marya Hornbacher
In Dissipada

terça-feira, 13 de julho de 2010


Esquadros

Eu ando pelo mundo
Prestando atenção
Em cores que eu não sei o nome
Cores de Almodovar, cores de Frida Kahlo, cores

Passeio pelo escuro
Eu presto muita atenção no que meu irmão ouve
E como uma segunda pele, um calo, uma casca
Uma cápsula protetora
Eu quero chegar antes
Pra sinalizar o estar de cada coisa
Filtrar seus graus

Eu ando pelo mundo divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer a fome
Dos meninos que têm fome

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, Pela janela
Quem é ela, quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle.
Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm para quê?
E as crianças, pra onde correm?
Transito entre dois lados
De um lado, eu gosto de opostos
Exponho o meu modo, me mostro
Eu canto para quem?

Eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço?
Meu amor, cadê você?
Eu acordei, não tem ninguém ao lado.

Adriana Calcanhoto




segunda-feira, 12 de julho de 2010

ÚLTIMA JOGADA

x

Digno de um filme de terror, o assunto da semana foi sem dúvida o caso Bruno, goleiro do flamengo, suspeito de ser mandante do assassinato da sua amante Eliza. Como psicóloga sempre tem alguém que pede minha opinião sobre o caso, respondo-lhe que é complicado falar sem conhecimento de causa e traçar perfis de um ou de outro com base apenas no que a mídia fala, mas dois pontos não podemos desconsiderar em torno dessa história, que ambos foram abandonados pelos seus referenciais de segurança e afeto deixando marcas profundas na forma e no trato com o mundo ao seu redor e claro, há nessa história uma disputa/jogo de poderes.

Eliza parece-me que era uma menina pobre, abandonada pela mãe ainda na infância, sem modelo, sem referencial de mulher integrado, buscava o tempo todo agregar valor a si mesma, saindo com jogadores famosos ou utilizando a sua sexualidade como produto ou um pseudo-poder; Quando esse produto gerou um fruto, um filho, Eliza agregou a esse filho e portanto a si um poder que antes não tinha, alimentando assim seu ego (eu posso), banalizando o perigo tantas vezes alertado.

Bruno também foi um garoto pobre e abandonado pela mãe, objeto de amor e desejo de todo menino. As relações que tinha com as mulheres podem atestar as “sequelas” desse abandono. O poder, Bruno já tinha conquistado. O ego sempre inflado por todos que estavam a sua volta o fez acreditar na sua própria ideação de que tudo poderia fazer e nada lhe acontecer.

A onipotência cega... cegou Eliza e Bruno, ambos sabiam que corriam riscos, mas pensaram que nada lhes aconteceriam. Resolveram jogar com o poder que julgavam ter, desconsideraram um ao outro e disputaram jogo perigoso, sem regras, sem juízes, sem segundo tempo, sem ganhadores.

Faltou em ambos a estrutura de uma família que mostra os limites básicos da formação do indivíduo, o lidar com as frustrações de forma positiva; faltou o amor de mãe que acolhe e faz o individuo sentir-se inteiro na sua existência, na sua potencialidade, tendo integrado que o verdadeiro poder está em aceitar que o outro também tem o seu poder.

Postado por Ana Katarina Gurgel

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Presente aos leitores psi

Navegando na net, encontrei esse site com livros para downloads (e-books) muito indicados para aqueles que lidam com o comportamento humano. Na maioria, são livros técnicos, mas indispensáveis para nossa formação teórica; muitos deles são difíceis de encontrarmos em livrarias, sem contar os diversos artigos científicos sobre os mais variados temas. Não deixem de acessar:
http://www.4shared.com/account/dir/32185736/92958e7e/sharing.html?rnd=3

EM CASO DE DÚVIDA...

Biblioteca em casa deixa crianças mais inteligentes




Estudo mostra que a quantidade de livros disponível em casa, e o estimulo a leitura destes na infância contribui para melhorar o vocabulário, exercitar a imaginação e ampliar a noção temporal e espacial



Um grupo de sociólogos das universidades de Nevada em Las Vegas e da Califórnia em Los Angeles realizou o maior estudo internacional sobre a influência dos livros na educação escolar. Os resultados mostram que, independentemente do nível educacional dos pais, do status socioeconômico e do regime político, quanto mais livros houver em uma casa, mais anos de escolaridade atingirá a criança que crescer nela. Participaram do estudo mais de 70 mil pessoas de 27 países, entre os quais Estados Unidos, China, Rússia, França, Portugal, Chile, África do Sul (o Brasil não foi incluído). A conclusão foi publicada na revista Research in Social Stratification and Mobility.
No artigo, os autores explicam que o nível cultural e educacional dos pais também influencia a escolaridade atingida pela prole, mas nesse caso a correlação é mais fraca do que com o tamanho físico do acervo familiar de livros. Os resultados mostram também como o gosto pela leitura tende a diminuir diferenças sociais. Nos lares mais modestos, o efeito de cada acréscimo ao acervo no futuro acadêmico da criança é mais acentuado do que a adição de um volume a uma biblioteca mais ampla. Apesar de a tendência ter sido observada em todos os países, houve diferenças importantes entre eles.
Nos Estados Unidos, na França e na Alemanha, uma biblioteca com cerca de 500 volumes representou acréscimo de dois a três anos na escolaridade das crianças, comparando com uma casa sem livros. Na Espanha e na Noruega, o número saltou para até cinco anos e na China atingiu o máximo, entre seis e sete anos.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Poema


O sonho

Sonhe com aquilo que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades
que aparecem em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passaram por suas vidas.

Pesquisa: Crianças e TV



Os especialistas da Johns Hopkins concluíram que crianças menores de 5 anos que assistem mais de duas horas de TV por dia têm maior risco de apresentar problemas, mas as que diminuem o número de horas até os 5 anos conseguem reverter este quadro.
A influência da TV sobre crianças pequenas gera um intenso debate, com evidências cada vez maiores de que a exposição prolongada pode afetar o comportamento delas.

O estudo da escola de saúde pública Bloomberg, da Universidade de Johns Hopkins, analisou dados de 2,7 mil crianças, perguntando aos pais sobre os hábitos de assistir TV e o comportamento de crianças aos 2 e 5 anos de idade.

Um em cada cinco pais respondeu que seus filhos assistiam duas horas de TV ou mais, todos os dias, tanto aos 2 anos, como aos 5 anos.

Recomendações

Esta exposição "prolongada" foi relacionada a problemas de comportamento, com as crianças que assistiam pouca TV aos 2 anos de idade e mais de duas horas aos 5 anos apresentando mais chances de apresentar problemas de desenvolvimento e com suas habilidades sociais.

As crianças de 5 anos que têm TV em seus quartos também apresentaram mais chances de ter problemas de comportamento, poucas habilidades sociais, e problemas de sono.

Mas as crianças que assistiam duas ou mais horas de TV aos 2 anos de idade e tiveram sua exposição reduzida aos 5, não mostraram maiores riscos de apresentar esses problemas.

A pediatra Cynthia Minkowitz, que liderou o estudo, disse que "é vital para os médicos enfatizar a importância de reduzir a exposição à TV em crianças pequenas".

Nos Estados Unidos, a Academia Americana de Pediatras recomenda que as crianças com menos de 2 anos de idade não assistam TV, e que as crianças mais velhas não assistam mais do que duas horas por dia.

O psicoterapeuta Richard House, da Universidade de Roehampton, que pesquisa o efeito da TV sobre crianças, afirma que não está convencido de que a diminuição da exposição pode reverter os riscos.
"O comportamento humano é muito mais complexo do que essas medidas de comportamento e habilidades sociais - pode haver danos mais sutis que passam indetectados", disse ele.

"Cada criança é diferente e sou muito cético em relação à noção de que é apropriado dar a famílias uma única recomendação sobre o número de horas que suas crianças podem assistir TV. Algumas crianças são extremamente sensíveis aos efeitos da televisão."

Fonte: BBC Brasil

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Livro: A vaca que botou um ovo!!







A Vaca que Botou um Ovo, de Andy Cutbill. Ilustr. Russell Ayto. Trad. Lenice Bueno. Salamandra. 32 págs. R$ 29,50.





Estava hoje na livraria quando esse livro me chamou atenção pelo título e me apaixonei pelo enredo e riqueza do conteúdo da história. Indicados para crianças de 03 á 99 anos, esse livro conta uma história muito lindinha sobre uma vaquinha que tem problemas de auto-estima e acha que não tem nada de especial. Suas amigas vacas são fantásticas e sempre tem coisas incríveis para mostrar do tipo andar de bicicleta, virar estrelinha ou plantar bananeira, mas ela não, nada de especial consegue fazer. Mas a vaquinha tem algo muito valioso, as amigas, que apesar não ser da mesma raça, são as que chegam junto na hora que ela mais precisa e elas decidem fazer algo...E, no outro dia, Mimosa descobre que botou um ovo, começa a acreditar nisso e passa a ser a sensação da fazenda. Enciumadas com o destaque da nova estrela, as demais vacas a acusam de estar mentindo e o enredo se passa sob esse tema com um final muito linnnnnndo. É um livro indicado para crianças de todas as idades, é possível trabalhar valores como amizade, auto-estima, mentiras, companheirismo, cumplicidade, origem e por esse viés a adoção. É um livro muito ilustrativo, de fácil leitura, ótima pedida para leiturinha antes de dormir.

domingo, 4 de julho de 2010

Sobre o Hexa...

"O que as vitórias têm de mau é que não são definitivas. O que as derrotas têm de bom é que também não são definitivas."José Saramago

Irmão: um bem necessário

A chegada de um bebê costuma criar expectativas e ser motivo de alegria e conflitos, principalmente para as crianças mais velhas pois sentem-se ameaçadas pela presença do recém-nascido. A disputa pelo olhar ou colo da mãe é o ponto primordial dessa questão, a criança até então acostumada a ser o centro das atenções vai ter que aprender a compartilhar espaços e a novamente encontrar o seu lugar dentro dessa nova constituição familiar. O processo de assimilação desta nova situação é doloroso, mas imprescindível para o desenvolvimento emocional do ser humano, apesar de querermos proteger nossos amados da dor, costumo dizer que a chegada de um novo irmãozinho é “ um mal necessário”, pois ajuda a criança a perceber o mundo como ele é.

A rivalidade entre irmãos é um fenômeno previsível e normal do desenvolvimento infantil. Quando nasce um bebê na família, a criança mais velha percebe que algo ameaça a sua relação com os pais, no entanto, estes não conseguem perceber esse sentimento e se afligem com os comportamentos demandados pela criança para demonstrar seu desconforto com a situação.

O surgimento de comportamentos que refletem esta rivalidade devem ser vistos com naturalidade. Reações ambivalentes para com o bebê, (afeição X agressão) são comuns e esperados, já a ausência destes comportamentos deverá sim preocupar os pais de que a criança mais velha esteja se sentindo tão ameaçada e reprimida pela família que não ousa 'se defender'.

Há várias formas de expressar esta ameaça: Agressividade dirigida geralmente contra a mãe, contra o bebê, o pai, si mesmo, ou contra outras crianças ou brinquedos. È comum também transgredir as regras da casa ocorrendo quando os pais estão se ocupando com o bebê, essa estratégia é utilizada no intuito de fazer com que ela sinta que tem o controle da situação e dos outros a sua volta. Há também uma forma camuflada que merece atenção, é o caso da criança que se torna muito boazinha e cuidadosa com o bebê, utilizando essa estratégia para assegurar um lugar na família, o de cuidadora!!. A regressão (voltar a fazer xixi na cama, chupar chupeta, etc) e a dependência (manha). São também formas de se assegurar do lugar de filho dentro dessa estrutura familiar.

Todos esses sintomas tendem a diminuir mas não a desaparecer durante o primeiro ano. Durante esse período a criança se reassegura do seu papel na família e passa a estabelecer uma relação própria com o bebê. Mas geralmente a criança desenvolve no final deste período de adaptação capacidade de ser perceber como ser atuante dessa constelação familiar e encontra novas formas de lidar com o mundo a sua volta, se isso não acontece, e interessante buscar ajuda profissional.

Sugestões Gerais:

  • Não se assuste com as alterações comportamentais de seu filho, leva tempo para uma família se organizar após o nascimento de um bebê, as manifestações mais diversas com esse nascimento é normal e esperada.
  • Privilegie um tempo específico para ficar com a criança mais velha, sempre no mesmo horário. Isso a ajuda sentir-se mais segura.
  • Converse na frente da criança sobre as necessidades do bebê. Peça sugestões a ela. Faça com que ele se sinta integrado a essa nova sitação, sem forçá-la a isso.
  • Planeje atividades para a criança durante o horário do banho e da alimentação do bebê, assim ela não se sente deslocada nem precisa chamar atenção sobre si.
  • Não force o compartilhar de brinquedos. Já é difícil demais dividir as atenções com o irmaõzinho. Não faça com que ela sinta culpa por agarrar-se ao que é seu.
  • Tente manter a vida da criança o mais estável possível nos 3 últimos meses de gravidez e nos primeiros 3 meses após o nascimento do bebê. Não mude seu quarto, cama, escola, seus hábitos (no que for possível). Se você pretende tirar a fralda faça-o depois deste período. O objetivo é tornar a vida de sua criança mais fácil e previsível.
  • Dê brinquedos que permitam o extravasamento de sua agressividade.
  • Não permita que a criança machuque o bebê, mas também não o culpabilize, mostre que dói e que você irá protege-lo,como o protegeu um dia.
  • Seja muito tolerante com os comportamentos regressivos. Ela precisa reviver estas fases para poder superá-las. Não se preocupe pois são temporários.
  • Lembre-se que a criança não faz isso para lhe irritar. Ela não tem culpa nem responsabilidade neste aspecto. Encare com naturalidade e não se ressinta.
  • Encontre um tempo especial para o casal (uma noite a cada 15 dias). Isso não é fácil quando se está tão sobrecarregado, mas é importante pois traz uma força extra para a família. Neste tempo especial procurem não falar dos problemas da casa e das crianças mas curtir um pouco um ao outro. Os dois se sentirão mais felizes e isso refletirá na vida da casa.

Fonte: Experiência de mãe e profissional do desenvolvimento infantil

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Compulsão à repetição.

Matéria da Revista Época fala da compulsão à repetição.

Como evitar a auto-sabotagem

Em entrevista, o psicanalista americano Stanley Rosner revela como funcionam os ciclos negativos de repetição, que levam a problemas no casamento, na relação com pais e filhos e no trabalho, e conta a história de alguns de seus pacientes

Todos os seres humanos têm padrões de repetição - a maioria, irracionais. Alguns calçam o pé direito sempre antes do esquerdo, ou vice-versa, outros sempre dão topadas nas mesmas quinas dos móveis ou gostam de comer determinados alimentos antes de outros. Quando são acontecimentos corriqueiros, não há grande importância. O problema é quando a repetição é destrutiva. “São compulsões que levam indivíduos à beira da loucura e destroem vidas - as suas próprias e as de outros”, diz o psicanalista freudiano americano Stanley Rosner. Com quarenta anos de experiência, Rosner detectou esse tipo de comportamento em muitos de seus pacientes e agora, em co-autoria com a escritora americana Patrícia Hermes, lança O ciclo da auto-sabotagem (ed. Best Seller). O livro, que acaba de ser lançado e já esgotou a primeira edição, explica o que são e de onde vêm tais atitudes, que se manifestam no casamento, entre pais e filhos ou no trabalho. Também traz relatos de muitas histórias de pacientes que tiveram parte importante de suas vidas desperdiçadas pela insistência em agir em ciclos negativos. Rosner sugere a terapia como única forma de estancar a auto-sabotagem. Veja a entrevista do psicanalista e alguns trechos do livro:

ÉPOCA - O que é o ciclo da auto-sabotagem?
Stanley Rosner - É a tendência a se repetir, indefinidamente, atitudes destrutivas. É claro que a maioria das pessoas não percebe o que faz. Prefere acreditar que a insatisfação é apenas fruto de algo externo. E essa negação faz com que ela siga em frente, sempre sofrendo. Pode se manifestar em absolutamente todos os aspectos da vida: no namoro, no casamento, na criação de filhos, na escola, no trabalho.

ÉPOCA - Em que situações a auto-sabotagem acontece?

Rosner - No casamento, por exemplo, que é um espaço de luta de poder e desejos, é comum o marido ou a esposa deixar o outro controlar, dominar e punir, enquanto o outro simplesmente age de forma que esse controle e essa dominação cresçam ainda mais. Ambos seguem um acordo silencioso, não importando se ele traz culpa ou dor. Também é muito frequente uma pessoa casar várias vezes e, apesar de os parceiros serem absolutamente diferentes, criar situações e problemas idênticos com todos eles. Qualquer um pode perceber que um padrão está sendo repetido - menos ela própria. Outro ponto: em meus pacientes de terapia de casais, costumo encontrar semelhanças entre cônjuges e seus pais. E o paciente se assemelha com quem ele mais teve dificuldades: o pai frio e distante deu origem ao marido insensível. É a representação de uma relação mal-resolvida do passado.

ÉPOCA - A infância é, então, a origem dessas repetições?

Rosner - Sim, é basicamente na relação entre pais e filho que se constroem esses padrões. É de traumas, grandes ou pequenos, do começo de nossas vidas que isso tudo nasce. De um sentimento de abandono, nasce a crença de que se aquilo for repetido, as coisas serão transformadas. Tudo é inconsciente, é claro.

ÉPOCA - O divórcio dos pais faz com que as crianças tenham dificuldades emocionais no futuro?

Rosner - Não o divórcio em si. Mas se o divórcio é complicado e, principalmente, se a criança é usada como uma bola de futebol neste processo, isso deverá, sim, acarretar problemas mais tarde. O mesmo se os pais ficam anos falando mal um do outro na frente da criança. Tudo que quebra a confiança e a segurança de uma criança pode fazê-la ter dificuldades emocionais na vida adulta.

ÉPOCA - Quais são os casos mais comuns de auto-sabotagem no trabalho?

Rosner - Todos conhecemos alguém que pula de emprego em emprego e está sempre culpando um chefe ou os colegas. Nos novos empregos há sempre problemas semelhantes aos anteriores. Isso é porque o relacionamento interpessoal é um fator muito importante no trabalho - tanto quanto dedicação ou competência. As percepções das pessoas no local de trabalho muitas vezes são distorcidas por relações mal resolvidas do passado, da mesma forma que no casamento. Vê-se um chefe como o pai severo ou uma colega como a irmã competitiva. A auto-sabotagem nasce daí: questiona-se a autoridade do chefe, negligencia-se uma meta, começa-se a chegar a atrasado. Como forma de combater inconscientemente algo do passado que ainda nos atormenta.

ÉPOCA - Como controlar a auto-sabotagem?

Rosner - Evitar essas repetições destrutivas é muito difícil, porque elas estão consolidadas em nosso inconsciente desde muito cedo. Uma pessoa pode até perceber sua compulsão em agir daquela maneira e, a partir disso, acreditar que poderá controlar-se da próxima vez. E mais uma vez ela age destrutivamente e crê que na próxima ela evitará e assim por diante. Por isso eu digo que estar ciente de seu padrão de repetições é extremamente importante, eu diria que é o primeiro passo. Mas o caminho para estancar esse comportamento é ir de encontro ao trauma que está na raiz de tudo. Enfrentar esta tristeza.

ÉPOCA - O senhor diz em seu livro que o caminho é a terapia. Por que?

Rosner - Muitos pacientes iniciantes agem como se tivessem nascido ontem e se recusam a falar do passado. Acham que é no presente que está a resolução de seu problema. Aos poucos vão percebendo que é preciso voltar no tempo para interromper o ciclo. A chave está na origem dos conflitos.

Veja matéria completa: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI68994-15228-1,00-COMO+EVITAR+A+AUTOSABOTAGEM.html